Quais são os principais riscos identificados numa due diligence técnica?
- GESTURBE

- 6 de nov.
- 3 min de leitura
Porque é essencial compreender os riscos antes de comprar um imóvel?
A compra de um imóvel envolve muito mais do que aparência ou localização.
Por trás de uma fachada impecável podem esconder-se problemas estruturais, irregularidades urbanísticas, deficiências de manutenção ou custos de reabilitação substanciais.
A due diligence técnica é o processo que expõe esses riscos, permitindo decisões conscientes e evitando prejuízos futuros.
Na ImoVeritas, usamos metodologias baseadas nas normas internacionais RICS e SCSI, adaptadas à legislação portuguesa (RGEU, SCIE, DL 101-D/2020, RJUE). O objetivo é identificar, classificar e quantificar riscos técnicos e legais que influenciam o valor e a viabilidade de um ativo imobiliário.
Que tipos de riscos são avaliados numa due diligence técnica?
Agrupamos os riscos em quatro grandes categorias:
Riscos construtivos – relacionados com o estado físico do edifício.
Riscos funcionais – ligados à utilização, conforto e desempenho.
Riscos legais e urbanísticos – associados à conformidade com licenças e regulamentos.
Riscos económicos e de manutenção – referentes a custos futuros e sustentabilidade do investimento.
Cada um é analisado individualmente e depois integrado numa matriz de risco, que cruza probabilidade com impacto (segurança, funcionalidade, custo e imagem).
Quais são os riscos construtivos mais frequentes?
Os riscos construtivos derivam de falhas de projeto, execução ou envelhecimento natural:
Fissuras estruturais em paredes portantes e lajes, indicativas de movimentação ou assentamento;
Infiltrações em coberturas planas e terraços mal impermeabilizados;
Humidades ascendentes em paredes térreas ou caves;
Corrosão de armaduras em elementos de betão armado;
Degradação de rebocos e revestimentos;
Caixilharias metálicas oxidadas e pontes térmicas que comprometem conforto e eficiência.
Cada patologia é fotografada, descrita e classificada por gravidade. Nos relatórios da ImoVeritas, indicamos sempre o risco associado (ex.: “fissura ativa – impacto estrutural elevado”) e o custo provável de reparação.
Que riscos funcionais e de desempenho devem ser considerados?
Mesmo em imóveis estruturalmente estáveis, podem existir deficiências de uso que afetam o conforto e a eficiência:
Falta de ventilação e presença de condensações;
Isolamentos térmicos insuficientes (consumos energéticos altos);
Sistemas de climatização desajustados ao volume do espaço;
Barreiras arquitetónicas e incumprimento de acessibilidade (DL 163/2006);
Iluminação deficiente em zonas comuns;
Ruído excessivo devido a isolamento acústico inadequado.
Estes riscos refletem-se em custos operacionais elevados e perda de qualidade de vida — fatores cada vez mais relevantes para compradores e investidores.
Quais são os riscos legais e urbanísticos mais críticos?
A componente legal é uma das que mais frequentemente revela surpresas:
Ausência de licença de utilização ou licença desatualizada;
Alterações interiores ou ampliações não licenciadas;
Divergências entre projeto aprovado e realidade construída;
Edifícios em zonas sujeitas a restrições (REN, RAN, ARU, ZEP);
Falta de registo predial atualizado (área incorreta, anexos omitidos);
Servidões não registadas (passagens, condutas, vistas).
A ImoVeritas cruza os dados técnicos com os registos oficiais para detetar estas inconsistências e evitar que o comprador herde responsabilidades legais ou fiscais.
Que riscos económicos podem surgir após a compra?
Mesmo imóveis aparentemente saudáveis podem implicar custos de reabilitação ou manutenção elevados.
Os principais riscos económicos decorrem de:
Instalações em fim de vida (AVAC, redes elétricas, elevadores);
Coberturas degradadas com necessidade de substituição;
Obras estruturais diferidas por falta de fundos condominiais;
Consumos energéticos excessivos;
Necessidade de adaptação para cumprir novas normas.
Nos relatórios, cada risco é acompanhado de uma estimativa de investimento (Capex) e dos custos operacionais (Opex), permitindo uma análise financeira completa.
Como é feita a classificação de riscos?
Usamos uma escala de quatro níveis:
Crítico – ameaça imediata à segurança ou legalidade;
Alto – risco com impacto significativo no curto prazo;
Médio – risco controlável com manutenção;
Baixo – impacto estético ou funcional mínimo.
A ImoVeritas apresenta estes níveis numa matriz visual, que facilita a leitura e priorização das ações corretivas.
Conclusão
A due diligence técnica não elimina riscos, mas revela-os, mede-os e torna-os controláveis.
Saber o que se compra é a melhor forma de proteger o investimento, evitar litígios e planear o futuro.
Na ImoVeritas, transformamos o diagnóstico técnico numa ferramenta de decisão transparente e objetiva, baseada em evidências e normas reconhecidas internacionalmente.
Comentários