Quais foram os erros mais comuns detetados em due diligences técnicas?
- GESTURBE

- 6 de nov.
- 2 min de leitura
Porque é importante conhecer os erros mais frequentes?
Os erros técnicos e urbanísticos em imóveis portugueses seguem padrões que se repetem, independentemente da idade ou da tipologia.
Identificá-los ajuda compradores, investidores e profissionais a preveni-los antes da compra ou reabilitação.
Com base em dezenas de relatórios elaborados pela ImoVeritas, apresentamos os sete erros mais comuns detetados em due diligences técnicas.
1 Obras sem licenciamento ou comunicadas incorretamente
É um dos problemas mais frequentes.
Ampliações, anexos ou alterações interiores são muitas vezes executadas sem comunicação à Câmara Municipal.
Estas situações configuram obras ilegais ou irregulares, impedindo a emissão de licença de utilização ou a obtenção de financiamento.
Consequência:
O comprador herda a responsabilidade de legalizar, podendo gastar entre 3000 € e 20000 €, dependendo da complexidade.
Recomendação ImoVeritas:
Antes de comprar, comparar o projeto licenciado com a realidade construída e confirmar junto do município eventuais processos de legalização.
2 Instalações elétricas desatualizadas e perigosas
Muitos imóveis apresentam instalações elétricas antigas, sem disjuntores diferenciais, condutores isolados com tecidos e quadros não conformes com o Regulamento das Instalações Elétricas (RGIE).
Consequência:
Risco de incêndio e choques elétricos, além de impossibilidade de certificação energética elevada.
Recomendação:
Substituir integralmente o quadro e circuitos principais, especialmente em edifícios com mais de 30 anos.
3 Coberturas degradadas e infiltrações ocultas
As infiltrações são o defeito mais frequente em edifícios portugueses, sobretudo em coberturas planas sem manutenção.
As membranas asfálticas degradam-se após 15 a 20 anos e originam infiltrações lentas e dispendiosas.
Consequência:
Danos em tetos, corrosão de armaduras e crescimento de bolores prejudiciais à saúde.
Recomendação:
Avaliar sempre o estado da cobertura com inspeção física e termografia infravermelha.
4 Humidades ascendentes e deficiências de drenagem
Muitos edifícios antigos não possuem barreiras capilares nem sistemas de drenagem adequados, o que provoca humidades ascendentes em paredes térreas e caves.
Consequência:
Degradação de revestimentos e risco de patologias estruturais em alvenarias.
Recomendação:
Executar sistemas de ventilação e impermeabilização corretiva, conforme normas do LNEC.
5 Falta de conformidade com SCIE e acessibilidade
Mesmo edifícios recentes podem falhar requisitos de Segurança Contra Incêndios em Edifícios (DL 220/2008) ou acessibilidade (DL 163/2006).
Consequência:
Responsabilidade legal do proprietário e risco de encerramento do espaço comercial.
Recomendação:
Confirmar a existência de plano de segurança, sinalização, iluminação de emergência e rotas de evacuação.
6 Sistemas AVAC e hidráulicos obsoletos
Equipamentos envelhecidos ou mal dimensionados geram consumos excessivos e custos de manutenção elevados.
Consequência:
Baixa eficiência energética e desconforto térmico.
Recomendação:
Revisão técnica dos sistemas, substituição por equipamentos de classe A e cálculo de payback energético (retorno do investimento).
7 Ausência de plano de manutenção
A maioria dos condomínios não possui plano de manutenção preventiva.
Sem manutenção, pequenas anomalias evoluem para reparações dispendiosas.
Recomendação:
Implementar plano anual de inspeções, conforme recomendações do LNEC e boas práticas RICS/SCSI.
Conclusão
Os erros mais comuns detetados nas due diligences técnicas resultam da falta de planeamento, de manutenção e de acompanhamento técnico independente.
Conhecê-los é o primeiro passo para evitá-los.
Na ImoVeritas, cada relatório tem um propósito: educar o comprador, prevenir riscos e promover boas práticas de gestão do edificado em Portugal.
Comentários