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Estudo de caso: como a due diligence técnica evitou prejuízos numa aquisição em Lisboa

Qual era o contexto do investimento?

Em 2024, um investidor estrangeiro pretendia adquirir um edifício residencial de seis pisos no centro histórico de Lisboa, avaliado em 1,45 milhões de euros. O imóvel, de 1958, tinha sido parcialmente reabilitado em 2015 e encontrava-se arrendado em parte. O comprador pretendia convertê-lo em alojamento turístico, e o agente imobiliário garantia que “o edifício estava em ótimo estado e pronto a explorar”.


Antes de avançar com o contrato-promessa, o investidor contratou a ImoVeritas para realizar uma due diligence técnica completa, incluindo análise documental e inspeção física.



Quais foram os principais objetivos da análise?


  1. Avaliar o estado técnico e estrutural do edifício;

  2. Verificar conformidade urbanística e licenciamento;

  3. Identificar riscos construtivos e custos de reabilitação;

  4. Determinar viabilidade do novo uso turístico.



Como foi conduzida a due diligence?


A ImoVeritas aplicou a metodologia RICS/SCSI, estruturando o trabalho em cinco fases:

  • Análise documental: recolha de licenças, projetos e registos camarários;

  • Inspeção visual e instrumental: avaliação das fachadas, coberturas, interiores e redes técnicas;

  • Levantamento de anomalias e classificação de riscos;

  • Estimativa de custos (Capex e Opex);

  • Elaboração do relatório técnico com conclusões e recomendações.



Que inconformidades foram detetadas?


Durante a inspeção e análise documental, a equipa identificou diversas não conformidades críticas:


Infiltrações e patologias estruturais

  • Degradação da impermeabilização na cobertura;

  • Corrosão em varões metálicos de varandas;

  • Fissuras verticais junto a pilares e vigas — sinais de assentamentos diferenciais antigos.


Instalações obsoletas

  • Rede elétrica sem ligação à terra;

  • Colunas de água e esgotos originais, em fibrocimento;

  • Sistema de aquecimento ineficiente e sem manutenção há mais de 8 anos.


Irregularidades urbanísticas

  • Ampliação do último piso sem licença de alteração (obra realizada em 2015);

  • Falta de licença de utilização atualizada para o uso pretendido (alojamento local).


Desempenho energético deficiente

  • Certificado energético classe D;

  • Janelas antigas, sem rutura térmica;

  • Ausência de isolamento térmico nas fachadas.



Qual foi o impacto económico estimado?


O relatório da ImoVeritas concluiu que o edifício exigia obras de reabilitação e regularização no valor aproximado de 165 000 €. Além disso, a licença de utilização teria de ser revista junto da Câmara Municipal de Lisboa, o que poderia demorar entre 6 e 9 meses.



Como o comprador utilizou a informação técnica?


Munido do relatório, o investidor:

  • Renegociou o preço de compra, obtendo uma redução de 140 000 €;

  • Condicionou o contrato à execução das correções estruturais e à atualização documental;

  • Solicitou à ImoVeritas acompanhamento técnico pós-aquisição, para garantir conformidade das obras.



Conclusão


Este caso demonstra como a due diligence técnica é essencial em transações imobiliárias, sobretudo em edifícios antigos ou parcialmente reabilitados. A ImoVeritas não apenas identificou riscos ocultos, como quantificou o impacto financeiro e jurídico, permitindo uma decisão informada e segura. Em Lisboa, onde o património é valioso mas heterogéneo, a técnica é o melhor seguro do investimento.

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