Estudo de caso: como a due diligence técnica evitou prejuízos numa aquisição em Lisboa
- GESTURBE

- 6 de nov.
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Qual era o contexto do investimento?
Em 2024, um investidor estrangeiro pretendia adquirir um edifício residencial de seis pisos no centro histórico de Lisboa, avaliado em 1,45 milhões de euros. O imóvel, de 1958, tinha sido parcialmente reabilitado em 2015 e encontrava-se arrendado em parte. O comprador pretendia convertê-lo em alojamento turístico, e o agente imobiliário garantia que “o edifício estava em ótimo estado e pronto a explorar”.
Antes de avançar com o contrato-promessa, o investidor contratou a ImoVeritas para realizar uma due diligence técnica completa, incluindo análise documental e inspeção física.
Quais foram os principais objetivos da análise?
Avaliar o estado técnico e estrutural do edifício;
Verificar conformidade urbanística e licenciamento;
Identificar riscos construtivos e custos de reabilitação;
Determinar viabilidade do novo uso turístico.
Como foi conduzida a due diligence?
A ImoVeritas aplicou a metodologia RICS/SCSI, estruturando o trabalho em cinco fases:
Análise documental: recolha de licenças, projetos e registos camarários;
Inspeção visual e instrumental: avaliação das fachadas, coberturas, interiores e redes técnicas;
Levantamento de anomalias e classificação de riscos;
Estimativa de custos (Capex e Opex);
Elaboração do relatório técnico com conclusões e recomendações.
Que inconformidades foram detetadas?
Durante a inspeção e análise documental, a equipa identificou diversas não conformidades críticas:
Infiltrações e patologias estruturais
Degradação da impermeabilização na cobertura;
Corrosão em varões metálicos de varandas;
Fissuras verticais junto a pilares e vigas — sinais de assentamentos diferenciais antigos.
Instalações obsoletas
Rede elétrica sem ligação à terra;
Colunas de água e esgotos originais, em fibrocimento;
Sistema de aquecimento ineficiente e sem manutenção há mais de 8 anos.
Irregularidades urbanísticas
Ampliação do último piso sem licença de alteração (obra realizada em 2015);
Falta de licença de utilização atualizada para o uso pretendido (alojamento local).
Desempenho energético deficiente
Certificado energético classe D;
Janelas antigas, sem rutura térmica;
Ausência de isolamento térmico nas fachadas.
Qual foi o impacto económico estimado?
O relatório da ImoVeritas concluiu que o edifício exigia obras de reabilitação e regularização no valor aproximado de 165 000 €. Além disso, a licença de utilização teria de ser revista junto da Câmara Municipal de Lisboa, o que poderia demorar entre 6 e 9 meses.
Como o comprador utilizou a informação técnica?
Munido do relatório, o investidor:
Renegociou o preço de compra, obtendo uma redução de 140 000 €;
Condicionou o contrato à execução das correções estruturais e à atualização documental;
Solicitou à ImoVeritas acompanhamento técnico pós-aquisição, para garantir conformidade das obras.
Conclusão
Este caso demonstra como a due diligence técnica é essencial em transações imobiliárias, sobretudo em edifícios antigos ou parcialmente reabilitados. A ImoVeritas não apenas identificou riscos ocultos, como quantificou o impacto financeiro e jurídico, permitindo uma decisão informada e segura. Em Lisboa, onde o património é valioso mas heterogéneo, a técnica é o melhor seguro do investimento.
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