Como deve ser estruturado o relatório técnico de due diligence?
- GESTURBE

- 6 de nov.
- 3 min de leitura
Porque é o relatório técnico o elemento central da due diligence?
O relatório é o produto final de todo o processo de due diligence técnica.É nele que convergem as observações, medições, análises e interpretações técnicas.Um relatório bem estruturado deve ser simultaneamente técnico, objetivo e útil — capaz de servir tanto um engenheiro como um investidor estrangeiro sem formação técnica.
Na ImoVeritas, seguimos um modelo de relatório que conjuga as normas RICS/SCSI com a experiência prática em inspeções de edifícios residenciais, comerciais e industriais em Portugal.
Quais são as secções essenciais de um relatório técnico?
O relatório divide-se em oito partes fundamentais, cada uma com função específica:
1 Capa e sumário executivo
Apresenta a identificação do imóvel, localização, data da vistoria e técnicos responsáveis.
O sumário executivo resume as conclusões principais:
Condição geral do imóvel;
Principais red flags;
Estimativas de investimento imediato e futuro;
Síntese das recomendações.
Este resumo deve permitir que o cliente compreenda o essencial em 5 minutos.
2 Enquadramento e escopo
Define o objetivo da due diligence, o tipo de ativo, as áreas inspecionadas, as exclusões e limitações. Por exemplo, em edifícios habitacionais, podem ser excluídas áreas privadas sem acesso; em imóveis industriais, pode ser limitado o estudo ambiental.
Esta secção garante transparência e gestão de expectativas.
3 Metodologia aplicada
Descreve os critérios técnicos utilizados, as normas de referência (RICS, SCSI, ASTM, ISO 31000) e as ferramentas de diagnóstico (termografia, medição de humidade, levantamento fotográfico).Inclui a data e condições da visita, as fontes documentais analisadas e a lista de interlocutores.
4 Descrição do imóvel
Apresenta o contexto físico e urbanístico: localização, tipologia, ano de construção, número de pisos, área bruta, utilização atual e regime de propriedade (lote, fração, condomínio, etc.).Inclui também observações sobre o ambiente envolvente (topografia, acessos, infraestruturas, enquadramento no PDM).
5 Resultados técnicos detalhados
É o corpo principal do relatório.
Divide-se por sistemas construtivos:
Estrutura e fundações;
Fachadas e coberturas;
Interiores e acabamentos;
Instalações elétricas, hidráulicas, de gás e AVAC;
Segurança contra incêndios e acessibilidade;
Eficiência energética e sustentabilidade.
Cada elemento inclui descrição, observações, fotografias e classificação de risco.
6 Matriz de risco
Resume os achados de forma visual, cruzando probabilidade e impacto.
Cada anomalia é posicionada numa tabela de cores (verde, amarelo, laranja, vermelho), permitindo priorizar ações corretivas.
A matriz é acompanhada de recomendações hierarquizadas e prazos de execução (imediato, 1 ano, 3 anos, >5 anos).
7 Estimativa de custos (Capex e Opex)
Apresenta valores indicativos de reparações, substituições e manutenção.
Os custos são agrupados por categoria e horizonte temporal:
Capex → investimento em obras e reabilitação;
Opex → manutenção e operação recorrente.
As estimativas são baseadas em preços de mercado atualizados e ajustadas ao tipo de imóvel e região.
8 Conclusões e recomendações finais
Fornece uma visão integrada sobre o ativo:
Condição global (Boa / Razoável / Deficiente / Crítica);
Riscos imediatos e potenciais;
Custos de investimento a curto e médio prazo;
Potencial de valorização ou necessidade de desinvestimento.
As recomendações finais traduzem o diagnóstico técnico em informação acionável para o comprador, o investidor ou o gestor do ativo.
Porque é importante o formato visual e a clareza do relatório?
Relatórios extensos e de leitura difícil perdem valor.
O cliente precisa de compreender rapidamente o que está bem, o que está mal e quanto custará corrigir.
Por isso, cada relatório ImoVeritas inclui:
Sumário gráfico com ícones e cores por nível de risco;
Fotografias numeradas e legendadas;
Tabelas de custos e prazos;
Anexos técnicos completos (ensaios, medições, certidões).
O formato é compatível com as práticas RICS, permitindo que investidores estrangeiros reconheçam a estrutura e a terminologia.
Conclusão
Um relatório técnico de due diligence é muito mais do que um documento de inspeção: é um instrumento de decisão estratégica.
A sua estrutura deve equilibrar rigor técnico e clareza comunicacional, traduzindo a complexidade da engenharia em informação objetiva e compreensível.
Na ImoVeritas, cada relatório segue este modelo, assegurando que o cliente tem em mãos um diagnóstico técnico fiável e um verdadeiro suporte para decisões de investimento em Portugal.
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