Qual é a diferença entre a Due Diligence Técnica e a Jurídica?
- GESTURBE

- 7 de nov.
- 2 min de leitura
O que distingue uma due diligence técnica de uma jurídica?
Apesar de partilharem o mesmo objetivo — reduzir riscos e aumentar a transparência numa transação imobiliária, as duas análises estudam dimensões totalmente diferentes do mesmo ativo.
A due diligence técnica examina o que é tangível: a construção, os materiais, o desempenho, a segurança e a durabilidade.
A due diligence jurídica foca-se no que é documental: registos, contratos, licenças, dívidas e conformidade legal.
Ambas são complementares. Quando executadas em paralelo, revelam não só se o imóvel pode ser adquirido legalmente, mas também em que condições técnicas se encontra e qual o impacto económico dessa realidade.
Em que consiste a due diligence técnica?
A análise técnica avalia o estado físico e funcional do imóvel, identificando patologias, irregularidades construtivas, falhas de manutenção e eventuais riscos para a segurança ou para o valor de mercado.No nosso trabalho, verificamos:
Estruturas e coberturas – integridade, fissuração, infiltrações, deformações;
Instalações elétricas, hidráulicas e de climatização – funcionalidade e conformidade normativa;
Desempenho energético – isolamentos, ventilação, conforto térmico;
Conformidade urbanística e técnica – comparação entre o construído e o licenciado;
Sustentabilidade e custos futuros – avaliação de investimentos a curto e médio prazo.
O relatório técnico traduz-se num diagnóstico visual e documental com prioridades, riscos e recomendações.
O que abrange a due diligence jurídica?
A componente jurídica analisa toda a documentação que suporta a legalidade da propriedade:
Registo predial e matriz fiscal, para confirmar titularidade e correspondência;
Certidões de ónus e encargos, verificando hipotecas, penhoras ou servidões;
Licenças de construção e utilização, garantindo que o imóvel foi aprovado e concluído de acordo com a lei;
Situação fiscal e tributária, incluindo IMI, IMT e eventuais dívidas;
Contratos de arrendamento ou promessas de compra e venda existentes;
Litígios ou processos judiciais que possam afetar o bem.
Esta verificação é geralmente conduzida por advogados ou solicitadores, assegurando que a operação é juridicamente segura.
Por que razão é essencial integrar as duas análises?
A prática mostra que muitas transações “legais” escondem riscos técnicos relevantes — infiltrações graves, estruturas degradadas ou sistemas em fim de vida.
Por outro lado, imóveis em bom estado construtivo podem estar sujeitos a problemas jurídicos, como hipotecas não canceladas ou alterações não licenciadas.
Ao cruzar as duas vertentes, o comprador obtém uma visão de 360 graus sobre o imóvel:
A técnica mostra o que realmente existe e quanto custará mantê-lo;
A jurídica mostra quem é o verdadeiro proprietário e se o imóvel pode ser transacionado sem riscos.
Trabalhar as duas em conjunto é o que garante uma decisão sólida e transparente.
Como é feita esta integração na ImoVeritas?
Na ImoVeritas coordenamos-nos frequentemente com advogados e solicitadores de confiança do cliente.
Enquanto a equipa jurídica verifica títulos e registos, nós avaliamos a conformidade física e urbanística, traduzindo achados técnicos em informação útil para os contratos.
O resultado é um relatório combinado que liga cada risco técnico ao seu enquadramento legal e financeiro.
Conclusão
A diferença entre a due diligence técnica e a jurídica não está na importância, mas no âmbito.
Uma sem a outra deixa lacunas críticas: a jurídica garante segurança formal, a técnica assegura segurança material.
Quando conjugadas, formam o verdadeiro alicerce de uma compra inteligente e livre de surpresas.
Comentários