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Quais são as boas práticas segundo a RICS e a SCSI?

O que são as normas RICS e SCSI e porque são importantes?


As normas RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) e SCSI (Society of Chartered Surveyors Ireland) são hoje as principais referências internacionais para a execução de Technical Due Diligence (TDD) em ativos imobiliários.

Estabelecem princípios, terminologia, responsabilidades e boas práticas que asseguram qualidade, transparência e comparabilidade entre relatórios técnicos — aspetos essenciais num mercado globalizado.


Em Portugal, estas metodologias são cada vez mais aplicadas por consultoras técnicas independentes, fundos de investimento e peritos que atuam em aquisições e avaliações de edifícios. A ImoVeritas adapta estas normas ao contexto português, conjugando-as com o quadro legal nacional — o RGEU, o Regulamento de Segurança Contra Incêndios (DL 220/2008), o Regulamento de Eficiência Energética (DL 101-D/2020) e o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE).



Como é definida a metodologia de uma due diligence técnica segundo a RICS e a SCSI?


Segundo as guias Building Surveys & Technical Due Diligence of Commercial Property (RICS, 2020) e SCSI TDD Guidance Note (2023), a metodologia divide-se em cinco fases estruturais:


1️⃣ Planeamento e definição de escopo (Scope of Service);

2️⃣ Recolha documental e análise preliminar;

3️⃣ Inspeção técnica ao imóvel;

4️⃣ Avaliação de riscos e priorização de ações;

5️⃣ Relatório e comunicação de resultados.


Cada uma deve seguir critérios de consistência, rastreabilidade e imparcialidade.



Como se define o escopo de serviço (“Scope of Service”)?


A RICS exige que o escopo seja formalizado por escrito, identificando:

  • Objetivos do cliente (compra, financiamento, arrendamento, fusão, reabilitação);

  • Limites da inspeção (áreas acessíveis, exclusões, restrições de tempo e equipamentos);

  • Profissionais envolvidos e responsabilidades;

  • Formato e prazo do relatório.


Em Portugal, esta fase é essencial para alinhar expectativas entre o cliente e a equipa técnica — evitando mal-entendidos sobre o nível de profundidade da análise (por exemplo, inspeção visual vs. ensaios destrutivos).



Como deve ser feita a recolha e validação de informação?


As boas práticas RICS e SCSI determinam que o técnico deve solicitar e analisar toda a documentação relevante: projetos de arquitetura e especialidades, licenças, certificados energéticos, relatórios de inspeções anteriores, registos de manutenção, atas de condomínio, garantias e seguros.

A análise documental é a base para compreender o contexto do edifício e planear a inspeção.

No caso português, cruzamos ainda estes elementos com as plataformas públicas (Balcão do Empreendedor, SNIG, Caderneta Predial, Certidão de Registo Predial), garantindo conformidade urbanística e propriedade validada.



Como é conduzida a inspeção técnica segundo a RICS/SCSI?


A inspeção deve ser realizada por profissionais competentes, com registo de observações fotográficas e notas de campo.As normas definem quatro níveis de observação:


  • Observação geral (walk-through) – análise visual não invasiva;

  • Observação detalhada – inspeção próxima de componentes críticos;

  • Ensaios pontuais – medições instrumentais (humidade, termografia, detecção elétrica, etc.);

  • Consulta a terceiros – pedidos de pareceres especializados (estrutural, geotécnico, ambiental).


A visita deve abranger todas as zonas acessíveis: coberturas, fachadas, caves, zonas técnicas, áreas comuns e frações representativas. No caso de imóveis em uso, é essencial minimizar perturbações e respeitar normas de segurança.



Como é feita a avaliação de riscos e a priorização de ações?


RICS e SCSI recomendam o uso de matrizes de risco baseadas em dois eixos: probabilidade e impacto.Cada anomalia ou desconformidade recebe uma classificação de risco (baixo, médio, alto, crítico).

Além disso, é atribuída uma prioridade temporal:

  • Imediata (curto prazo) – risco para segurança, legalidade ou operação;

  • Médio prazo (1-3 anos) – risco funcional ou estético relevante;

  • Longo prazo (> 3 anos) – manutenção preventiva e eficiência.

Estas matrizes convertem observações técnicas em informação estratégica para negociação e planeamento financeiro.



Quais são as características de um relatório conforme a RICS e SCSI?


Um relatório técnico deve incluir:

  • Sumário executivo – principais riscos, conclusões e recomendações;

  • Descrição do imóvel e escopo;

  • Metodologia aplicada e limitações;

  • Achados técnicos por sistema (estrutura, fachadas, coberturas, interiores, instalações, segurança);

  • Matriz de risco e “red flags”;

  • Estimativa de custos Capex/Opex;

  • Conclusões e recomendações hierarquizadas.


Os relatórios da ImoVeritas seguem este formato, acrescidos de referência às normas nacionais e observações fotográficas georreferenciadas.



Como comunicar os resultados ao cliente?


A RICS valoriza a clareza. O relatório deve ser inteligível para não técnicos e permitir decisões rápidas.Na prática, fornecemos:

  • Sumário executivo visual, com gráficos de risco e prioridades;

  • Tabelas de custos indicativos, associadas a prazos e riscos;

  • Reunião de esclarecimento, garantindo que o cliente compreende cada recomendação.


A transparência é parte da ética profissional prevista no RICS Global Standards (Red Book) — um princípio que também norteia a atuação da ImoVeritas.



Conclusão


Adotar as normas RICS e SCSI é mais do que cumprir uma metodologia internacional — é garantir credibilidade, rigor e comparabilidade.

Quando adaptadas ao contexto português e combinadas com legislação local, estas práticas elevam a qualidade dos relatórios e reforçam a confiança entre comprador, investidor e entidade financiadora.


Na ImoVeritas, cada due diligence técnica segue estes padrões, assegurando que cada decisão é sustentada em evidência, transparência e conhecimento técnico sólido.

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