O que é uma Due Diligence Técnica e porque deve ser feita antes de comprar um imóvel em Portugal ?
- GESTURBE

- 3 de nov.
- 4 min de leitura
Comprar um imóvel é um momento decisivo, seja uma moradia para viver, um apartamento para arrendar ou um edifício para investimento. No entanto, por trás de cada fachada podem esconder-se problemas construtivos, irregularidades urbanísticas ou custos ocultos que comprometem o valor real do ativo.
É aqui que entra a Due Diligence Técnica — uma ferramenta essencial para garantir que o comprador conhece exatamente o que está a adquirir.
O que é uma Due Diligence Técnica?
A Due Diligence Técnica (ou Technical Due Diligence, TDD) é um processo de avaliação técnica, construtiva e documental de um imóvel, realizado antes da compra, com o objetivo de identificar anomalias, riscos e não conformidades que possam afetar a sua utilização, segurança, valor ou viabilidade futura.
Trata-se de uma análise independente e objetiva, conduzida por engenheiros e arquitetos especializados, que combina inspeções no local com a verificação detalhada da documentação técnica e legal do imóvel — licenças, projetos, certificados energéticos, relatórios de manutenção e conformidade urbanística.
O resultado é um relatório técnico completo e imparcial, que descreve o estado real do imóvel e apresenta recomendações e estimativas de custos de reparação, reabilitação e manutenção (CAPEX e OPEX).
Para que serve uma Due Diligence Técnica?
A Due Diligence Técnica serve, acima de tudo, para proteger o comprador. Permite-lhe conhecer antecipadamente os riscos técnicos e legais associados ao imóvel, evitando surpresas desagradáveis após a assinatura do contrato.
Este processo é fundamental para:
Avaliar a condição física e funcional do edifício;
Identificar deficiências construtivas ou patologias (fissuras, infiltrações, corrosão, degradação de materiais);
Confirmar a conformidade legal e urbanística da construção;
Estimar custos futuros de reparação e manutenção;
Apoiar decisões de compra, reabilitação ou investimento com base em dados técnicos concretos.
Em suma, uma Due Diligence Técnica transforma a incerteza em informação — e a informação em segurança.
Em que imóveis é recomendada?
A Due Diligence Técnica é recomendada em qualquer tipo de imóvel, independentemente da sua dimensão ou uso.Pode aplicar-se a:
Moradias unifamiliares — para detetar alterações não licenciadas, problemas estruturais ou deficiências de isolamento;
Apartamentos e frações autónomas — para avaliar tanto o interior da fração como o estado das partes comuns e do condomínio;
Edifícios de habitação, comércio ou serviços — para verificar a viabilidade técnica e económica antes de um investimento;
Lojas e escritórios — para confirmar se o espaço cumpre as normas de segurança, acessibilidade e licenciamento da atividade;
Terrenos urbanos — para confirmar a viabilidade construtiva e as condicionantes urbanísticas.
Em todos os casos, o princípio é o mesmo: avaliar antes de comprar.
O que é avaliado numa Due Diligence Técnica?
Cada processo é adaptado ao tipo de imóvel, mas geralmente abrange três grandes áreas de análise:
1. Avaliação documental e urbanística
Verificação de licenças, autorizações, projetos aprovados, registos prediais, certidões fiscais e certificação energética.Confirma-se se o imóvel foi construído, ampliado ou alterado conforme o licenciamento municipal.
2. Avaliação técnica e construtiva
Inspeção física ao imóvel, analisando estrutura, fachadas, coberturas, impermeabilizações, redes técnicas (água, eletricidade, gás, AVAC, esgotos, telecomunicações), conforto térmico, segurança e acessibilidade.São detetadas anomalias visíveis e avaliada a necessidade de intervenções corretivas.
3. Avaliação funcional e operacional
Identificação de riscos que possam afetar a utilização ou a rentabilidade do imóvel — desde falhas técnicas até limitações regulamentares ou de desempenho energético.
Esta informação é consolidada num relatório técnico de Due Diligence, que fornece uma visão completa do ativo e permite ao comprador tomar decisões informadas.
O que pode acontecer se não fizer uma Due Diligence Técnica?
Comprar sem uma análise técnica prévia é, muitas vezes, assumir riscos ocultos.Entre os problemas mais comuns estão:
Obras não licenciadas ou fora do projeto aprovado;
Infiltrações e humidades ocultas;
Estruturas degradadas ou elementos em fim de vida útil;
Instalações elétricas ou hidráulicas obsoletas;
Custos de reabilitação inesperados;
Dificuldade em arrendar ou vender devido a irregularidades urbanísticas.
Em muitos casos, os prejuízos associados a uma má compra superam largamente o custo de uma Due Diligence Técnica.Investir sem avaliar é confiar no acaso; investir com informação é proteger o seu capital.
O resultado: informação técnica que gera confiança
No final do processo, o comprador recebe um relatório técnico independente, redigido de forma clara e fundamentada. Este documento inclui o diagnóstico do imóvel, fotografias, conclusões técnicas, estimativas de custos e recomendações práticas para correção ou mitigação de riscos.
O relatório pode ser usado para:
Apoiar negociações de compra;
Renegociar preços quando há deficiências relevantes;
Planear intervenções futuras;
Apresentar documentação técnica a bancos, investidores ou seguradoras.
Conclusão: informação é segurança
A Due Diligence Técnica é mais do que um relatório, é um instrumento de proteção e confiança.Num mercado imobiliário onde nem sempre tudo está visível ou devidamente licenciado, o comprador informado é aquele que evita riscos, protege o seu investimento e garante tranquilidade no futuro.
Na ImoVeritas, acreditamos que comprar com informação é comprar com segurança.Cada imóvel é analisado com o mesmo rigor e independência que aplicaríamos se o imóvel fosse nosso.
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