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Como interpretar um relatório de Due Diligence Técnica?

Porque é fundamental saber interpretar um relatório de due diligence técnica?

Um relatório técnico é mais do que um conjunto de observações — é um documento estratégico que permite compreender o verdadeiro estado do imóvel e fundamentar decisões de compra, investimento ou reabilitação.

Saber interpretá-lo é transformar dados técnicos em informação prática e em poder de negociação.



Como está estruturado um relatório técnico?


Na ImoVeritas seguimos a estrutura recomendada pela RICS/SCSI:


  1. Sumário executivo – síntese dos riscos críticos e das conclusões principais;

  2. Descrição do imóvel e do escopo da análise;

  3. Metodologia aplicada e limitações;

  4. Resultados por área técnica – estruturas, coberturas, fachadas, interiores, instalações, segurança, eficiência energética;

  5. Matriz de risco – classificação das anomalias por gravidade e urgência;

  6. Estimativa de custos – investimentos (Capex) e custos operacionais (Opex);

  7. Conclusões e recomendações – ações corretivas, preventivas e de valorização.


Cada secção deve ser lida de forma integrada — o relatório não se resume às fotografias, mas à análise das implicações técnicas e financeiras de cada achado.



Como identificar as “red flags”?


As red flags são sinais de alerta destacados no relatório. Representam problemas críticos que podem comprometer a segurança, a legalidade ou o valor do imóvel.


Exemplos comuns:

  • Fissuras estruturais com indícios de movimento ativo;

  • Infiltrações em coberturas planas ou varandas;

  • Falta de licença de utilização ou divergência entre projeto e construído;

  • Sistemas elétricos obsoletos sem conformidade com o RGIE;

  • Ausência de plano de manutenção ou incumprimento de SCIE.


Estas situações exigem intervenção imediata e podem justificar renegociação do preço ou a inclusão de cláusulas de correção pré-aquisição.



Como compreender a matriz de risco?


A matriz cruza dois fatores: probabilidade de falha e impacto (em segurança, funcionalidade, custo ou imagem).Cada anomalia é classificada em quatro níveis:

  • Crítico → risco elevado e impacto imediato;

  • Alto → risco relevante a curto prazo;

  • Médio → risco controlável com manutenção;

  • Baixo → risco reduzido ou apenas estético.


Esta matriz ajuda a estabelecer prioridades e a planear intervenções com racionalidade financeira.



Como interpretar a estimativa de custos?


Os custos são apresentados em duas categorias:

  • Capex (Capital Expenditure) → investimentos necessários para reparar ou substituir componentes;

  • Opex (Operational Expenditure) → custos de manutenção e operação recorrente.


As estimativas têm caráter indicativo e destinam-se a orientar o comprador na negociação.Por exemplo, se a reabilitação das fachadas for estimada em 45 000 €, o comprador pode negociar desconto equivalente ou exigir execução prévia das obras.



Como usar o relatório para negociar?


O relatório técnico é uma poderosa ferramenta de negociação:

  • Na compra, permite ajustar o preço às condições reais do imóvel;

  • Na venda, demonstra transparência e aumenta credibilidade;

  • No financiamento, dá ao banco confiança sobre o ativo;

  • Na gestão patrimonial, serve de base para planos de manutenção plurianuais.


Negociar com base em dados técnicos reduz subjetividade e evita litígios futuros.



Como ler as recomendações e prioridades?


Cada recomendação é acompanhada de um horizonte temporal:

  • Imediata (0-6 meses) – riscos graves ou incumprimentos legais;

  • Curto prazo (1-2 anos) – obras necessárias para manter desempenho funcional;

  • Médio prazo (3-5 anos) – intervenções preventivas;

  • Longo prazo (> 5 anos) – medidas de valorização ou eficiência.


Com esta informação, o comprador pode planear o investimento e o retorno, evitando surpresas financeiras.



Como garantir que o relatório é fiável?


Verifique se o relatório cumpre os seguintes critérios:

  • É assinado por técnicos qualificados e independentes;

  • Apresenta metodologia e limitações explícitas;

  • Contém evidências fotográficas;

  • Baseia-se em normas reconhecidas (RICS, SCSI, ASTM, ISO);

  • Fornece conclusões objetivas e não publicitárias.


Na ImoVeritas, cada relatório passa por revisão técnica interna e é entregue com glossário de termos e anexo fotográfico georreferenciado.



Conclusão


Interpretar um relatório de due diligence técnica é compreender o passado, o presente e o futuro do imóvel.

É perceber o que está em conformidade, o que precisa de intervenção e quanto custará corrigir.

Mais do que um documento técnico, é um mapa de riscos e oportunidades.

Na ImoVeritas, transformamos a linguagem da engenharia numa ferramenta de decisão acessível, rigorosa e transparente, porque só quem entende o que compra pode investir com segurança.

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